Casarões do período colonial em São Luís
(Foto: Reprodução/TV Mirante)
Localizada no litoral maranhense,
São Luís
tem influência dos nativos, portugueses, franceses e africanos. Tem
ainda, uma diversidade cultural nacionalmente conhecida. Ilha de lendas e
mistérios, a capital maranhense completa neste sábado (8), 400 anos. Os
títulos de Atenas Maranhense, Capital do Reggae, Ilha do Amor, Capital
Brasileira da Cultura e Cidade Patrimônio Mundial da Humanidade, revelam
a peculiaridade desta cidade única, chamada São Luís.
História
São Luís foi fundada, oficialmente, em 1612, quando os franceses,
comandados por Daniel de La Touche, passaram a ocupar a região que era
uma aldeia Tupinambá. No local, instalaram o Forte de São Luís. Esse
momento faz com que São Luís seja considerada a única capital brasileira
fundada pelos franceses.
Em homenagem ao rei menino Luís XIII, veio a denominação da cidade.
Entretanto, segundo alguns historiadores, O nome da cidade é uma
homenagem a outro rei, o rei Luís IX. Segundo o professor Fernando
Nascimento Morais, o homenageado em questão foi canonizado e virou
santo, daí o nome São Luís. Portugal, ao perceber a ocupação do
território, se organizou para expulsar os franceses. Três anos após a
ocupação, em novembro de 1615, os franceses foram expulsos, sob o
comando de Jerônimo de Albuquerque, que se tornou o primeiro capitão-mor
do
Maranhão. São Luís também esteve sob o controle holandês no período de 1641 a 1644.
Capital maranhense é a única fundada por franceses. (Foto: Meireles Júnior)
Cidade dos Azulejos
São Luís foi habitada por franceses e holandeses mas foi edificada sob
domínio português durante os séculos XVIII e XIV. Nas construções, foram
usados azulejos vindos, em sua maioria, de Portugal. Seus casarões e
fachadas transformaram São Luís na capital brasileira com maior número
de casarões em estilo tradicional português e maior conjunto
arquitetônico homogêneo da América Latina
A história urbana da capital maranhense possui características da
colonização portuguesa, com reflexos urbanísticos planejados no século
XVII. O traçado quadrilátero ortogonal, de influência espanhola, que se
adequa à declividade da área. Este traçado auxiliou na expansão do
núcleo central, que continua até os dias de hoje. Esta foi uma das
características que conferiu, em 1997, à cidade o título de Patrimônio
Mundial reconhecido pela UNESCO.
Atenas Brasileira
Após a Balaiada (revolta popular ocorrida entre 1838 e 1841 na
Província do Maranhão, pela disputa pelo controle do poder local), o
Maranhão atravessou uma época de estabilidade e crescimento econômico.
É nesse momento que a vida cultural em São Luís ganha expressividade
com a literatura. Gonçalves Dias, João Lisboa, Cândido Mendes, Odorico
Mendes, Sousândrade, Humberto de Campos e outros, são nomes que
transformaram o Maranhão no palco da poesia, da prosa e da produção
jornalística no século XIX. Já na transição para o século XX, outros
intelectuais maranhenses destacaram-se, como os de Adelino Fontoura,
Teófilo Dias, Raimundo Corrêa, Aluízio de Azevedo, Artur Azevedo, Coelho
Neto, Graça Aranha, Teixeira Mendes, Nina Rodrigues.
Capital Brasileira do Reggae
O reggae invadiu São Luís no final da década de 70, através dos rádios
sintonizados em ondas curtas, pelos quais a população podia ouvir os
sons que vinham do Caribe. Atualmente, o ritmo é uma das peculiaridades
que mais atraem os turistas para São Luís. São nos salões de reggae que
as pessoas podem conhecer e dançar o ritmo sensual.
Ilha de Mistérios
A capital maranhense também é uma ilha cercada de lendas e mistérios.
Pode-se destacar duas lendas como as mais importantes do imaginário
maranhense, a Lenda da Serpente de São Luís e o Milagre de Guaxemduba.
A Serpente de São Luís
Conta-se que uma serpente encantada, que cresce sem parar, um dia
destruirá a ilha, quando a cauda encontrar a cabeça. O animal gigantesco
habitaria as galerias subterrâneas que percorrem o Centro Histórico de
São Luís e, embora seu corpo descomunal esteja em vários pontos da
cidade (a barriga na Igreja do Carmo, a cauda na Igreja de São
Pantaleão). Há quem garanta ser possível observar, através das grades
que isolam as entradas do monumento, os terríveis olhos do animal.
Milagre de Guaxenduba
No principal combate travado entre portugueses e franceses, no dia 19
de novembro de 1614, no forte de Santa Maria de Guaxenduba, os
portugueses estavam por ser derrotados por sua inferioridade de homens,
armas e munições. Então, surgiu entre eles uma formosa mulher envolta em
auréola resplandecente. Ao contato de suas mãos milagrosas, a areia era
transformada em pólvora e os seixos em projéteis, fazendo com que os
portugueses se revigorassem moralmente e derrotassem os franceses. Em
memória deste feito, foi a virgem considerada a padroeira da cidade, sob
a invocação de Nossa Senhora da Vitória.
São Luís tem o maior conjunto arquitetônico homogêneo da América Latina (Foto: Meireles Júnior)